domingo, 30 de janeiro de 2011

Inverno na manhã

Recentemente ingressei numa leitura extremamente interessante e reflexiva. Trata-se do livro Inverno na Manhã-Uma jovem no gueto de Varsóvia, que a partir do diário de Janina Bauman (a própria vivente da fascinante história) foi escrito, para que todos que lessem pudessem sentir e de alguma maneira reviver, nem que seja psicologicamente, o que esta jovem viveu.




Imagine-se uma garota judia de família próspera, sem preocupações, estudiosa e feliz. Pai médico, bem sucedido. Essa menina, não sabia ao certo o significado exato de ser judia. Mas passou a se preocupar a respeito disso a partir do momento em que ouve no rádio, e vê nos jornais, uma perseguição em massa contra os judeus. Pensava: "Será que ser judeu é uma coisa ruim?" - realmente não compreendia o motivo daquela perseguição, pois sua família era tão boa, tão feliz e próspera. Apesar de não serem praticantes do judaísmo, por causa das tradições familiares, todos em sua casa consideravam-se judeus.




A partir desse momento, seus dias de paz e tranquilidade logo chegariam ao fim. Os jornais e rádios anunciavam a chegada dos alemães advindos de sua simbólica suástica, prontos para atacarem os judeus de sua região. Prontamente, meio confusa, Janina partiu com sua família para outro apartamento, seu pai agora trabalhando no hospital para atender a ferimentos dos soldados.




A perseguição começou mansa, mas logo tornou-se um pesadelo na vida desta menina - que começava a ingressar na adolescência -  e de sua família. Janina, Sophie (irmã mais nova) e sua mãe, corriam incessantemente de um esconderijo para o outro fugindo dos nazistas e em muitas passagens desta terrível "aventura" sobreviveram por um triz.




O livro relata momentos da vida dessa garota, que como todas as outras de sua idade, possuía sentimentos comuns à adolescência, como a primeira faísca do amor, a vaidade aumentando, as dúvidas, os dramas...Porém, toda essa mescla de sentimentos, somava-se à guerra, nem um pouco piedosa com essas coisas.




No meio desse caminho pedregoso e cheio de farpas, se foram muitos amigos, familiares e conhecidos. Janina queria ser útil, queria juntar-se a algum movimento que fosse contra o nazismo...Tinha ânsia pelos estudos, comia livros...aguentava firme e estabilisava tanto emocionalmente, como psicologicamennte, Sophie e sua mãe.




Após anos, (se não me falha a memória, 3 longos anos para Janina), finalmente a guerra chega ao seu final. E ela própria ao fim da narrativa, menciona emocionadamente: "Não acredito que sobrevivemos".




Pois é ... Sobreviveram para que hoje eu estivesse aqui, relatando brevemente essa história de bravura e superação para vocês.

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